sábado, 23 de abril de 2011

De volta à terra natal

Foto: David Campbell

Peço desculpas pelos mais de dez dias sem texto, se é que ainda tenho algum leitor depois de quase quatro meses de embromação, digo montagem.

Deu tudo certo neste hiato, incluindo aí uma luxação exposta (sim, luxação esposta!) no dedão do pé de nosso Roberto Pazos, o que o leva a oito dias sem sair da cama. Mas como
NMVF já ficou um mês sem mudar um quadro, oito dias são moleza, especialmente porque maior pendência, a trilha sonora, já foi devidamente encaixada.

Montagem deve estar 100% pronta até a primeira metade de maio, espero. Em conversa com Tiago (o Cavalcanti), com base na única imagem-pendência, imagino que em meados do mês cinco estejamos com o filme pronto para finalização. A de áudio já temos, no Estúdio Jinga, a de vídeo buscamos.

Gostaria de terminar filme em tempo de inscrevê-lo no Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece de 2 a 9 de junho em Salvador, mas inscrições só vão até semana que vem, dia 27. Verdade que até lá temos 99% de montagem pronta, talvez até um 100% aproximado, mas com áudio e vídeo ainda por serem finalizados, o que ainda toma algumas semanas.

Como projeto me chama de volta há algum tempo, devo finalizar o 1% restante de montagem em Salvador. Enfim, NMVF volta à terra natal.

Ps: Volto a usar fotos para posts em homenagem ao roubo de carro no Parque Costa Azul, nossa principal locação. Não faltam matérias sobre na internet, e rola até um vídeo com mais de dez minutos. Como diria o outro, "barril".

domingo, 10 de abril de 2011

A música de Berlusconi

Sexta-feira, dia de gravação da trilha sonora, 7h15 da manhã. Em Itabuna, Ilhéus e Uesc, onde deveríamos estar às 8h, está tudo cinza, cortesia da chuva, que veio descontrolada. Um convite a tudo, menos a andar com instrumentos e amplificadores pela rua.

Na quarta-feira (6), a Uesc oficializou a greve dos professores, que ganhou adesão de estudantes e funcionários, justamente para a sexta-feira em questão, também chamada de anteontem. Em outras palavras, teríamos ela e apenas ela para resolver tudo da trilha sonora - e também para continuar montagem do filme, mas isto é uma outra questão.

Às 8h30 já tinha tentado falar com Deng (Thiago Ferreira) duas vezes, ambas em vão, situação que continuou até 9h, quando recebi primeira mensagem dele. Estava sem poder sair do trabalho, de onde me mandaria notícias assim que possível, o que só veio às 9h30, quando cravou: “10h tô liberado”. O porém é que, com início da greve no dia, manifestantes pararam carros na entrada da universidade, o que dava a todos a garantia de tomar, pelo menos, 100 metros de chuva; incluindo aí, obviamente, os instrumentos.

Não disse isso a Thiago, logicamente, mas liguei para a Uesc e soube que entrada já era permitida, na primeira boa notícia do dia, que logo teve uma réplica. Uma corda da guitarra que ele usaria escafedeu-se, o que o levou a trocar por guitarra antiga e, como consequência, perdemos mais alguns minutos. Como nosso horário ia até o meio-dia, teríamos, com tempo de ida para universidade e transporte de equipamento, pouco mais de uma hora para gravar, editar e mixar a música. Partimos para a Uesc, onde chegamos e vimos portão fechado, contra o que me foi dito. “O jeito é entrar pela saída”, pensamos juntos. A ré foi dada e, pimba!, beijo no pára-choque alheio. “Quando tudo parece melhorar, Murphy prova que está com saudades”, nos desesperamos juntos.

Por sorte, contudo, não apenas o barulho não afetou nenhum dos dois, como carro alheio era de ex-professora nossa (!) - que entendeu pressa.

Após período de subir com instrumentos, caixas, pedaleiras e afins, entramos no estúdio, nos aclimatamos e deixei Thiago onde ele se sente bem. A primeira nota foi gravada já depois das 11h, o que me deixou aflito, mas que foi inevitável. Às 11h45min terminamos introdução, e finalizamos primeira ideia da música como um todo às 13h, quando Thiago se aproximou da perfeição, quando preferimos ir além, por um caminho que ainda tateávamos, mas também quando Ady Lúcio pediu uma merecida pausa; afinal de contas, extrapolamos mais de uma hora de seu horário. No almoço, conhecemos um italiano (um italiano dono de restaurante no Salobrinho, WTF!) apaixonado por Frank Zappa e que parecia ter mais sotaque que Berlusconi. Tivemos que deixá-lo para gravarmos segunda parte outras vezes, muito mais do que imaginávamos, mas até momento em que realmente sentimos que não tinha mais para onde ir, no melhor dos sentidos.

Após muitas repetições e tentativas, música atingiu seu ápice sem soar mecânica. É o tipo de coisa difícil de conseguir em qualquer meio artístico, e que parece não existir definição melhor para isso que uma combinação do talento com o inexplicável. E o sacana ainda é um baita companheiro. Quando cheguei em casa, nem parecia que dia tinha começado tão ruim, nem parecia que alguém poderia chamar aquilo de trabalho.

A Uesc entrou em greve e montagem vai ter que parar? Contatos já foram feitos, é o que posso fazer até ter alguma novidade. Além, obviamente, de escutar 2min28s algumas vezes por dia.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Chá de espera e de câmera

Antes da boa nova, adianto que Roberto Pazos viajou e só voltamos a trocar ideia na terça-feira (12), o que nos leva à conclusão de que NMVF (pretendo chamar o filme assim agora), definitivamente, prefere o descanso ao estresse. Parêntese feito, a notícia bacana é que, extra-oficialmente, montagem chegou ao fim. Eu revi, Pazos reviu, e – uma vez que o filme não pode ser todo refilmado – poréns ou detalhes só podem ser corrigidos ou ajustados na finalização.

O “extra-oficialmente” entra na frase porque estamos apenas à espera da trilha sonora, que Thiago Ferreira leva ao estúdio na sexta-feira (8), e de imagens pendentes, que devem chegar até o meio do mês.

Para o primeiro caso, imagino que em dois dias (ou seja, duas manhãs das 9h30min ao meio-dia) consigamos encaixá-la com vídeo, basicamente o mesmo tempo que visualizo para montar parte à espera. Em outras palavras, penso que montagem chega ao fim em, com azar, uma semana útil – e por “semana útil” entenda não uma segunda a sexta, ou uma quarta a terça, mas cinco dias de montagem.

Antes disso, contudo, temos um imperdível (bem melhor que o chá de espera que todos do filme têm tomado) “Chá de Câmera”.

O bom de David, cujo equipamento (câmera, lentes e flash) não acertou mais o caminho de casa após ter sido deixado em táxi, é que rapaz não ficou de mimimi, costume bem comum no país (e no estado) que amo e não deixo. No próximo dia 14 (quinta-feira) rola o Campbell’s Festival, que apesar do nome talvez remeter a gente encharcada de uísque, é evento onde teremos, além do roquenrol, exposição e venda de fotografias do rapaz. Espero ir, mesmo que volte no domingo para continuar montagem de NMVF. Até porque, convenhamos, muito do que o filme tem de bom é mérito dele. Defendo todos lá.