domingo, 27 de março de 2011

Caminho sem volta

Depois de boa fase sobrar até para equipe, já que David Campbell viu todo seu equipamento escafeder-se após corrida de táxi, coisas começaram a melhorar – até porque elas teriam que fazer muito esforço para piorar.

Em meio a contratempos, editamos apenas na quarta e na quinta, mas idéia é não falhar um dia essa semana. Obviamente, não dá para cobrar o mesmo ritmo que tinha com Igor, em parte porque Roberto não conhecia material, mas principalmente porque nosso tempo é bem menor – se em Salvador montávamos das 14 às 20h, agora vamos das 9h30 às 12h.


Em termos de conteúdo, assumi de vez retorno à ideia inicial. Não sei se por conformismo ou costume, ou se por uma mistura de pessimismo com auto-crítica, para mim decisões são baseadas no “temos que escolher qual desses problemas assumir”. Definição de tom parece ter atingido caminho sem volta.

Como boa nova, Roberto me veio com sacada monumental, que corrige algo que via como problema, e a princípio soa até melhor que ideia original. Só nos falta ver se será possível - o que só devo descobrir ao longo da semana.

Salvador, representada por projeto e por saudade, já me chama de volta. Itabuna e Ilhéus, em meio a amigos e momentos característicos, incluindo aí clássicos “nunca mais vou beber” (dos outros, lógico), já esboçam um até logo. Se por um lado produto final deve ficar pronto só em junho, caso tudo dê certo, edição caminha para seu fim já em abril. Nunca mais vou filmar, ou pelo menos sua montagem, já inicia contagem regressiva.

domingo, 20 de março de 2011

Do Japão à Uesc

Desde semana passada, não falar no Japão pode levar uma pessoa a ganhar vários adjetivos bacanas, de alienada a frívola, para ficar apenas nos mais sutis. Não sei se por preguiça, limitação ou estupidez, me vejo incapaz de fazer algo além de torcer para que aquilo acabe, e não me vejo com quase nada a dizer além do que já foi dito – dentro do pouco que vi. Se por um lado não me orgulho da postura, ainda que ela venha acompanhada de outros adjetivos desagradáveis, me soa honesta.

No entanto, ainda pelo Japão, no início da semana vi um vídeo que até postei no Facebook. Em meio ao bombardeio de imagens que mostram a natureza em fúria e plasticidade que ultrapassam os maiores (em tamanho) filmes-catástrofe, a que mais me chamou a atenção foi uma sem morte, sem água, sem tremor e sem pessoas. Com uma câmera e dois seres, a cena vai contra o inevitavelmente egoísta instinto de sobrevivência, e qualquer descrição é limitadora: http://www.youtube.com/watch?v=J3TM9GL2iLI&feature=youtu.be.

Filme
Nas últimas semanas, entre telefone, internet e contato pessoal, algumas pessoas me perguntaram quando o filme fica pronto. Afinal de contas, teoricamente, lá se vão três meses de montagem.

Adoraria dizer para eles que processo tem demorado por edição à la Orson Welles ou Cassavetes, adoraria dizer que perfeccionismo vem de Kubrick. Mas, como diria o festival, é tudo mentira. Lá se vão quase 30 dias desde 25 de fevereiro, a data em que Nunca mais vou filmar foi modificado pela última vez. De desencontros ao carnaval, passando por mudança de cidade e de editor, convite e burocracia, o filme ficou parado.

Verdade que, nessa semana, temos a trilha sonora mais próxima do ideal, mas também é verdade que sequer pude remontar a sequência; ainda que desconfie, não posso comprovar que agora posso encaixá-la melhor.


Imagino que todos (isto é, as quatro pessoas que gostaram do roteiro mais as 15 da equipe) queiram ver o filme, mas não dá para brigar com o acaso – posso apenas lidar com ele.

De qualquer jeito, esclareço que este não é um post desiludido ou decepcionado pelo meio ou processo, pelo contrário. Se assim estivesse, pensamento-mor seria o de acabar a coisa a qualquer custo para fazer outra sem nada a ver, e não já iniciar outro roteiro. Ainda que, antes dele, tenhamos Nunca mais vou filmar. E, não menos importante, a paciência nossa de cada dia.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Murphy e os brasileiros

Foto: Diego Teschi

De longe, mas com léguas de distância para o segundo colocado, nosso melhor amigo tem sido Murphy. Primeiro, após um tempo internado na UTI, o HD morreu. Na verdade, entre a família, é consenso a desconfiança de que ele já tenha chegado sem vida ao hospital – na falta de sinais antecipatórios, parece ter sido fulminante mesmo. Pior ainda se pensarmos que, dois dias depois, Murphy atacou o HD do desktop da casa, cujo diagnóstico foi mais certeiro: morte imediata.

O menos mal é que, no segundo caso, dados foram salvos. No primeiro, o mais importante, apenas eu me estrepei – pouca coisa do filme se perdeu.

No entanto, o que freia
Nunca mais vou filmar, além de anotações que se foram com o primeiro falecido, é a incompatibilidade de programa. Inicialmente montado na versão 7.0 do Final Cut, projeto não pôde ser aberto na Uesc, mas imagino que até amanhã tenhamos isto resolvido, para retornarmos à edição na semana que vem. Desde que, obviamente, Murphy não volte a nos visitar.

Para falar de coisa boa, acabo de receber nova trilha sonora de Thiago Ferreira. Lógico que preciso escutá-la mais vezes, reencaixá-la com imagem, e só depois ter uma opinião mais precisa. Mas, de antemão, dá para adiantar que melodia e título (que não revelo por soar
spoiler – se é que o filme tem algum) são coisa fina. Mas, assim como nossa amizade com Murphy, isso não é novidade. A vantagem é que nós somos brasileiros: desistimos, mas não sem humor.

terça-feira, 15 de março de 2011

Futebol, montagem e hospital

Foto: Diego Teschi

Oficializamos hoje nossa mais nova parceira. Conscientemente ou não, lá vivi boa parte do que resultou em Nunca Mais Vou Filmar, lá realizei a maior parte de Do Goleiro ao Ponta-esquerda (2008). Com o aval do professor Samuel Leandro Oliveira de Mattos, diretor do Departamento de Letras e Artes (DLA), e do sempre solícito Emiron Gouveia, gerente de laboratórios, a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) é nossa mais recente companheira.

Graças a parceria, seguimos montagem com aquele que foi não apenas professor e orientador em TCC, mas, não posso deixar de citar, freguês de Winning Eleven – o popular
uinelévem. Acho que só jogamos uma vez na casa de Jackson, talvez outra na casa de Calabresa, e a verdade é que nem lembro do resultado - mas quero chamá-lo de freguês. Depois de me ter como o pior orientando de todos os tempos daquele semestre, voltamos a trabalhar juntos.

Após etapa com Igor, quem prossegue montagem é Roberto Pazos. Amanhã temos primeiro encontro pós-oficialização, quando ele será apresentado a material bruto. Até final da semana começamos a editar.

Ps1: Salvador já me convoca, estou com saudade, mas preciso de mais algumas semanas aqui.

Ps2: Após consulta, notebook foi internado e encontra-se em estado grave, porém estável. À espera de novidades para amanhã, torcida é bem-vinda.

Ps3: Foto é das poucas remanescentes em computador daqui, mas uso-a também por preguiça bruto de stills está garantido em backup.

domingo, 13 de março de 2011

Sob controle

Talvez alguém tenha se preocupado com postagem no Facebook, mas não foi intenção.

Aquilo foi uma mistura de desabafo com um discreto pedido de socorro, já que técnico acostumado aos problemas do PC em Itabuna estava incomunicável, e busca pela internet não mostrava nada agradável. Continuei sem conseguir falar com médico da família, mas asseguro que nada de vital foi perdido, se HD não tiver solução. O maior efeito colateral, pelo menos baseado no que lembro, pode ser um leve atraso pela falta de algumas importantes, mas não indispensáveis observações.

Espero, em breve, trazer novidades referentes à continuidade da montagem. De resto, boa ressaca a todos.

sábado, 5 de março de 2011

De mudança

Enfim consegui falar com Roberto e suas férias. Desconfiava que seu não retorno sobre o filme significava que ou ele tinha detestado o que viu, ou tinha assistido e esquecido de falar sobre. Fosse como fosse, continuo sem ver muita diferença entre fazer algo ruim e outro facilmente esquecível. Mas, como disse, matei a dúvida.

Ele veio com ressalvas, espero que entre outros motivos porque versão recebida foi a primeira, aquela coisa medonha que me deprime só pela lembrança. No entanto, uma das coisas que o agradou foi a sequência que mais o preocupava. “Gostei da maneira como montou ela”, disse, antes de ouvir uma resposta que talvez ele não esperava. “Mudei ela quase toda”.

Fomos um pouco além na conversa, mas logo mudamos para o futebol, até por combinarmos de assistir ao último corte (temporário) juntos. Embora mais de 700 quilômetros nos separassem na quinta, hoje distância caiu para 200 e pouco, e no final da semana que vem estaremos os dois em Itabuna. Final de montagem, assim como gravação da trilha sonora definitiva, acontecem entre ela e a vizinha Ilhéus. Prefiro não adiantar nada sobre processo, também porque é carnaval e texto já está longo demais.

Um descanso, ou algo que se passe por ele, é bem-vindo a muita gente, incluindo aí o filme. Boa folia a todos, inclusive aos que não são dela.